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Por pressão dos jogadores, Santos deverá mandar final no Pacaembu

Elenco prefere atuar naquela que é a segunda casa santista e não no Morumbi, como deseja a diretoria. Há componente supersticioso na escolha

Independentemente de quem for enfrentar na final da Taça Libertadores - Vélez Sarsfield-ARG ou Peñarol-URU, que jogam nesta quinta-feira, às 21h50m (horário de Brasília), em Buenos Aires - o Santos pretende mandar o segundo jogo no Pacaembu. Por um pedido do elenco. A diretoria gostaria que a partida decisiva fosse disputada no Morumbi por uma questão financeira. No entanto, os jogadores preferem jogar naquela que é considerada a segunda casa santista. O Alvinegro Praiano assegurou seu lugar na decisão ao empatar com o Cerro Porteño-PAR, em 3 a 3, na última quarta-feira, em Assunção (confira os melhores momentos do jogo no vídeo ao lado). O time havia vencido o jogo de ida, no Pacaembu, por 1 a 0, na semana passada.
Embora os atletas não admitam abertamente, há um componente de superstição na escolha pelo Pacaembu. No local, o Santos conquistou o Paulistão de 2010 e conseguiu resultados importantes nesta Libertadores (venceu o Deportivo Táchira-VEN, por 3 a 1, resultado que garantiu classificação às oitavas; empatou com o Once Caldas-COL, 1 a 1, passando às semifinais; e fez 1 a 0 no Cerro Porteño-PAR, no primeiro jogo das semi). Além disso, na última vez em que o Peixe chegou à final da competição continental, em 2003, jogou o segundo confronto no Morumbi, contra o Boca Juniors, e perdeu o título - foi derrotado por 3 a 1, após cair em Buenos Aires, 2 a 0.
O presidente santista, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, ainda vai tentar convencer atletas e comissão técnica a levar o jogo para o estádio são-paulino, que pode receber cerca de 67 mil pessoas, mas já admitiu a interlocutores que dificilmente vai conseguir.
- Vou conversar com a comissão técnica para decidir. No Pacaembu, a pressão da nossa torcida é maior. No Morumbi, cabem mais pessoas. É uma decisão que temos de tomar de forma serena - afirma Luis Alvaro.
O Pacaembu está liberado para 40 mil pessoas, exigência da Confederação Sul-Americana de Futebol para estádios que recebem finais de Libertadores. No entanto, a carga total tem sido de 37 mil ingressos, por uma questão de segurança. A Vila Belmiro, que suporta apenas 16 mil torcedores, está descartada.
As finais estão previstas para os dias 15 e 22 de junho. Independentemente do adversário, o Peixe tem o direto de jogar a segunda partida em casa porque teve melhor campanha que as de Vélez e Peñarol na fase de grupos.


Messi ou Neymar? Elano sonha com Mundial e aposta em santista

Empolgado, meia alvinegro já projeta duelo entre craque do Barcelona e companheiro do Peixe no fim do ano, no Japão

Por Julyana Travaglia Direto de Assunção, Paraguai
Neymar e Elano (Foto: Reprodução Twitter)

Eufórico com a classificação santista para a final da Taça Libertadores, o meia Elano já sonha com um futuro um pouco mais distante. Questionado sobre a possibilidade de jogar o Mundial de Clubes, caso o Santos conquiste o torneio continental, o camisa 8 badalou o Barcelona, campeão da Liga dos Campeões, e projetou um duelo entre Messi e Neymar.
- Se isso (a final) acontecer, será excelente. Tenho certeza que vamos aprender muito, pois o Barcelona é o maior time da história, o maior time que vi jogar. E vamos nos preparar para a final. Se chegarmos lá, teremos méritos. Messi e Neymar será um grande duelo. Mas sou mais Neymar – disse Elano, logo depois do empate em 3 a 3 contra o Cerro Porteño, no Paraguai.
Elano e Neymar já seguiram para Goiânia, onde se encontram com a Seleção Brasileira para os amistosos contra Holanda, neste domingo, e Romênia, terça-feira, no Pacaembu. Neymar, inclusive, postou no Twitter uma foto de ambos dentro do avião.
O meia santista revelou que, antes do jogo com o Cerro Porteño, o atacante foi muito provocado pelos companheiros para se livrar da marcação de Piris, lateral do time paraguaio que prometia não dar folga ao prodígio alvinegro.
- Eu enchi o saco dele, falando que se não passasse pelo Piris ia enchê-lo de porrada na concentração. Mas ele é um craque e está entre os melhores do mundo – afirmou o meia.
Antes de ir para a sonhada final com o Barcelona no Mundial de Clubes, em dezembro, o Santos tem pela frente as finais da Libertadores, marcadas para os próximos dias 15 e 22. O adversário do Peixe sai na noite desta quinta-feira, na Argentina. Jogando em casa, o Vélez Sarsfield precisa vencer por dois gols de diferença para bater o Peñarol, que levou o primeiro confronto por 1 a 0. Se o placar se repetir, mas para os argentinos, a definição será nos pênaltis.



Muricy e a virada na Libertadores: de quase eliminado à finalista com Peixe

Treinador supera saída conturbada do Fluminense e tem nova chance de chegar ao título depois de cinco anos, quando foi vice com o São Paulo


A virada de Muricy: de quase eliminado à finalista (Miguel Schincariol / Globoesporte.com)

Em um curto espaço de tempo, uma virada e tanto. Há três meses, Muricy Ramalho era contestado no Fluminense pelo desempenho ruim na Libertadores. Ele acabou deixando o clube de forma conturbada, reclamando de falta de estrutura para seguir seu trabalho até o fim de 2012. Hoje, o treinador respira aliviado com o Santos. No mesmo torneio continental, ele alcançou uma vaga na final, com um time que ganhou consistência na defesa.

Mas chegar à decisão com o Santos não foi das tarefas mais fáceis para o treinador, que volta a decidir uma Libertadores depois de cinco anos – foi vice-campeão com o São Paulo, em 2006, perdendo para o Internacional. Muricy teve de impor seu estilo mais defensivo para fazer o Peixe sofrer menos na Libertadores.

E o primeiro passo foi justamente em Assunção, contra o Cerro Porteño. Logo na estreia, Muricy não podia perder para os paraguaios, sob o risco de comprometer a classificação da equipe à fase de mata-mata. Mesmo sem Neymar, Elano e Zé Love, expulsos no jogo anterior, contra o Colo Colo, conseguiu uma vitória por 2 a 1. Na última rodada, garantiu a classificação no Pacaembu com os 3 a 1 sobre o Deportivo Táchira. E seguiu para um jogo que é classificado pelos alvinegros como um marco na campanha do time.
Contra o América-MEX, um placar apertado na primeira partida (1 a 0). No jogo de volta, pressão do time da casa e grande atuação da defesa santista, principalmente do goleiro Rafael (veja as defesas no vídeo ao lado). O 0 a 0 tinha a cara de Muricy: pegado, sofrido, mas com final feliz.

Nas quartas, novo sufoco. A vitória por 1 a 0 fora de casa, contra o Once Caldas-COL, deu uma pequena vantagem aos alvinegros. Mas o 1 a 1 no Pacaembu chegou a fazer a torcida temer pelo time. Sorte que a defesa novamente resolveu.

santos x cerro porteño muricy ramalho (Foto: Agência Reuters)





Nas semifinais, outra vez um placar apertado (1 a 0 no Pacaembu) e uma classificação suada. Depois de estar vencendo por 3 a 1, o time cedeu o empate e quase comprometeu seus planos na competição. Muricy usou até da catimba para esfriar o ímpeto do Cerro. O treinador foi atingido por um objeto e deu dois passos à frente até cair em campo – ele foi atendido pelo médico do clube e ficou com um inchaço no lado esquerdo da cabeça. O tumulto esfriou a partida quando o Cerro pressionava atrás do quarto gol.

- Fazemos as coisas como o Muricy pede e temos usado bem a individualidade, como ele gosta – resumiu o meia Elano.
Apesar dos placares mais apertados, Muricy conseguiu mudar o comportamento da equipe defensivamente. Mais compacto, o time tem sofrido menos gols. Foram seis gols nos oito jogos pela Libertadores. Espantou o fantasma da desclassificação que o rondou no Fluminense. E tem a chance de, enfim, vencer a Libertadores, depois de cinco anos da sua primeira experiência em uma final.








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